Nas últimas décadas, os padrões de incidência e prevalência de doenças na população mundial vem se modificando devido aos processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional. De forma que se observa aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em relação as doenças infecciosas.
Em relação a transição nutricional este comportamento se deve ao fato de que a obesidade, particularmente a obesidade abdominal, estão associadas as doenças cardiovasculares, diabetes e dislipidemia. Além disso, observa-se que a obesidade está frequentemente relacionada à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), seja como fator causador ou coexistente
Ante ao exposto e ao fato de que as medidas antropométricas se mostram eficientes para a detecção e controle tanto da obesidade quanto da HAS, objetiva-se averiguar a associação entre os parâmetros antropométricos e HAS no Brasil no ano de 2013.
A partir do resultados do modelo, pode-se concluir que os preditores antropométricos são efetivos para se analisar a HAS no Brasil no ano de 2013. O mesmo também é possível se dizer sobre os preditores sociodemográficos testados. Além disso, os resultados obtidos são os resultados esperados de acordo com a literatura existente sobre a etiologia da HAS.
É notável a partir dos resultados dos preditores sociodemográficos que há estratos da população brasileira que se encontram em maior risco de possuírem HAS do que outras (por exemplo, pessoas com menor escolaridades possuem chances maiores de terem HAS do que pessoas com escolaridades mais avançadas).
Demonstrando, assim, a necessidade da atuação de políticas públicas específicas para estes estratos da população sobre prevenção dos fatores de risco da HAS. Frisa-se, no entanto, que é necessário a existência de políticas públicas visando a prevenção dos fatores de risco da HAS independentemente destes fatores específicos, pois as chances de possuir HAS aumentam conforme o avanço nos grupos etários e o Brasil se defronta com o processo de envelhecimento populacional.