Analisar, a partir dos discursos dos presidentes na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, quais os termos mais utilizados em nuvem de palavras.
O Brasil é, tradicionalmente, o país que abre a Assembleia Geral das Nações Unidas todos os anos. A cada uma destas solenidades, o presidente brasileiro da ocasião profere seu discurso em virtude do contexto mundial.
Desta forma, as declarações são diferentes - algumas mais focadas no Brasil, outras em âmbito global.
Os discursos analisados abrangem as gestões, por ordem de eleição, Fernando Collor de Melo (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-1999), Luis Inácio Lula da Silva (2003-2007), Dilma Vana Rousseff (2011-2015) e Jair Bolsonaro (2019-2022). A fonte consultada foi o site da Biblioteca Presidência da República
Um ponto a se destacar é que os discursos analisados referem-se apenas ao primeiro ano do governo de presidentes que foram reeleitos, afim de dar o mesmo tratamento a governantes que não foram reeleitos.
Utilizar a linguagem Python e bibliotecas necessárias para extrair do site os textos dos discursos em formato .txt e, posteriormente, transformá-los em nuvem de palavras (descartando artigos, adjetivos, advérbios e preposições, que são desnecessárias para a criação da nuvem).
- data: links para os arquivos .pdf, .html e .mp3 baixados no site da Biblioteca da Presidência da República;
- img: capturas de tela e gráficos do projeto;
- code: estrutura dos códigos em .ipynb e .py (Jupyter Notebook e VSCode;
- english version: a translate of readme.md (.pdf).
- Python
- Numpy
- PyPDF2
- Selenium
- wordcloud
- matplotlib.pyplot
A busca pelos discursos teve início no site da Biblioteca Presidência da República.
O critério utilizado foi o discurso proferido por cada um dos ex-presidentes no ano do seu primeiro mandato - visto que Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff foram reeleitos, diferente de Fernando Collor e Jair Bolsonaro.
Após o acesso, foi realizada a busca pelos discursos. Vale ressaltar que não há uniformidade nos formatos. Color, FHC1 e Lula1 estão em formato .pdf; Dilma1 e Bolsonaro, em formato .html.
Os dois últimos, pelo fato de estarem em formato .html, os arquivos no formato .txt (necessários para se criar a nuvem de palavras) foram obtidos por "scraping", com a biblioteca Selenium. OBS: foram realizadas várias tentativas com o Beautifull Soup, porém, o código entrou em loop e não finalizava.
Os discursos que estavam em formatos .pdf foram tratados pela biblioteca PyPDF2 e, assim, resultaram em arquivos .txt.
A primeira etapa foi extrair dos arquivos originais os formatos .txt para, depois, produzir os códigos para a criação das nuvens de palavras.
As imagens das nuvens foram realizadas utilizando as bibliotecas numpy (necessária para um array da máscara de nuvem), wordcloud (criação da nuvem) e matplotlib (plotagem e visualização). Uma imagem no formato de nuvem foi baixada (formato .png).
Houve a necessidade de se incluir algumas palavras manualmente na linha de código "stopwords", pois verificou-se, nas primeiras plotagens, a incidência de artigos, advérbios e preposições, que atrapalhavam a mehor visualização. Bem como limitou-se a 50 o número de palavras que comporiam a nuvem.
Collor: grande incidência de "Brasil", "internacional", "países", "economia" e "cooperação". Uma abordagem mais geral da inserção do Brasil no contexto mundial e econômico.
FHC1: o então presidente destacou "Estado", "globalização", "desenvolvimento", "países" e "povo" as palavras em seu discurso. Mas vale, também, ressaltar a palavra "terrorismo".
Lula1: em seu primeiro mandato, Lula destacou "República", "internacional", "fome", "Brasil", "governo" e "Metas", mostrando sua preocupação em relação às questões globais e econômicas.
Dilma1: "Brasil", "mundo", "desenvolvimento", "política", "países" e "crise" foram algumas das palavras que mais sobressaíram do discurso, direcionado mais aos aspectos de interesse global. Destaque-se a palavra "mulher" no discurso.
Bolsonaro: as palavras que mais se destacaram foram "Brasil", "indígena", "governo" e "liberdade", além de "Deus" (quando referiu-se a aspectos de dúvidas quanto à ideologia de seu governo).
Mas, também pode-se notar a incidência de "socialismo", "mídia", "soberania" e "verdade" (ao abordar que sua eleição afastou o país do socialismo, tratamento que recebeu da mída e ao citar versículo bíblico sobre a "verdade" - João 8:32).
O discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU é um momento de grande importância para o Brasil. Tradicionalmente, é o país que abre os trabalhos. E é a apresentação das diretrizes que o Brasil deve tomar durante os respectivos governos. Verifica-se que alguns buscam uma abordagem mais geral e condizente e alinhado com o pensamento dos demais países-membros.
Em outros momentos, ressaltar a soberania nacional, ideologia política e econômica.